Chico de Paula é um sujeito que trabalha com vídeo. No caso dele isso significa trabalhar com cinema, fotografia, performance, poesia, música, dança e afins. Conheci há doze anos atrás, no saudoso 27º Festival de Inverno da UFMG, em Ouro Preto. Ele estava dando uma oficina com o sugestivo nome “Escrevendo em Vídeo” e eu estava procurando alguma coisa pra fazer naquele frio mês de julho antes de começar a faculdade. Não podia ter encontrado coisa melhor! Vale dizer que naquele período os Festivais de Inverno foram uma referência gigante na formação de grande parte da geração que hoje atua no cenário artístico nacional. Vinha gente de todo o país e era um mês intenso de atividades, de encontros, de experimentação. Virávamos os dias (e as noites também) produzindo, interagindo com as outras oficinas, criando intervenções pela cidade e, claro, na medida do possível e com alguma responsabilidade, praticando a velha máxima de ‘sexo, drogas e rock’n roll’, que ninguém é de ferro!

Mas o festival acabou e eu entrei pro curso de filosofia na Univrsidade Federal de Ouro Preto – UFOP. Só reencontrei Chico dois anos depois, quando vim morar em Belo Horizonte e fui procurar emprego. Acabei trabalhando como assistente de direção dele na Arquipélago por quase dois anos. Depois disso continuamos trocando figurinhas, até que esse ano, a convite do Festival de Inverno de Ouro Preto, apresentamos junto com Renato Negrão a Oficina de Desespecialização Artística. Para mim foi uma forma de retornar aos festivais e devolver um pouco do que eu recebi deles. Quase uma prestação de contas. E não poderia ter sido mais simbólico do que voltar exatamente a Ouro Preto e trabalhar ao lado de Chico. ( Devido ao sucesso da oficina, agora estamos inclusive pensando em adaptar o curso de desespecialização artística para empresários. Interessados favor deixar contato nos comentários!)

Mas enfim, essa conversa toda era só pra convidar a todos para o lançamento do livro/CD que Chico de Paula lança amanhã. A gente se vê por lá!