BLOG

Aberto pra Balanço

2012 foi o Ano do Dragão. Na tradição oriental o dragão é um signo poderoso e as previsões indicavam um período de mudanças e realizações. Não foram poucas. Retomei simbolicamente as rédeas da minha carreira artística, me livrando da maioria dos cargos de representação institucional. Não vou me afastar das discussões e quero continuar participando do processo de construção de políticas públicas para o setor cultural, mas a sensação é que havia cumprido meu papel à frente da  Cooperativa, do Fórum da Música, do Colegiado Setorial no MinC. Um pouco desse trabalho pode ser encontrado aqui: www.portalcomum.com.br, aqui: http://migre.me/cBZGz e aqui: www.musicaminas.com  com ressalvas: http://migre.me/cBZLb

Logo no início do ano fui convidado a fazer dois shows na Cidade do México. A semana que passei naquela terra louca dos Astecas, entre zapatistas e tarahumaras foi uma experiência imprescindível para rever os rumos do meu trabalho: http://migre.me/cDmak. Agora, já no fim do ano outro oráculo deu a dica do caminho que deveria seguir: fui selecionado para tocar com minha banda numa grande feira de música na região grega da Macedônia. Para quem fez filosofia é uma coincidência incrível o primeiro show dessa nova etapa acontecer justamente onde começou a civilização ocidental http://migre.me/cDmxl. A crise lá fora é braba e visível a olho nu mas ainda assim rolaram convites para uma turnê pelo leste europeu no próximo verão passando pela Lituânia, Estônia, Letônia, além da Turquia e novamente a Grécia. Ainda estamos em negociação mas devemos retornar a alguns lugares por onde já tocamos como Portugal e Espanha. Continua de pé também o convite para um show e uma palestra no King`s College de Londres, que eu e meus parceiros tivemos de abrir mão esse ano por motivos de força menor.

Quero aproveitar aqui para agradecer os músicos que estão comigo nessa empreitada: Rodrigo Torino, Rafael Azevedo, Alcione Oliveira, Ulisses Moisés e mais recentemente Yuri Vellasco. O giro está só começando!

E rolaram muitas novas parcerias. Fiz música com camaradas velhos de guerra como Kristoff Silva, Chico Saraiva, Pablo Castro, Flávio Henrique, Leo Minax e Antonio Loureiro. Teve também estréia de parceiro novo com Nathan Natan Marques , Dante Ozzetti, Pedro Carneiro, Rafael Pimenta e o norte-americano Benji Kaplan. Mas tão bom quanto fazer é ouvir depois essas canções gravadas na voz dos intérpretes. Esse ano juntaram-se ao time as cantoras Laura Lopes, Irene Bertachini, Paula Santoro e Sandra Ximenes do Axial. Outras estão já se aquecendo pra entrar em campo em breve. É também sempre um prazer e um deslumbramento ouvir no palco Ná Ozzetti, Titane e Maísa Moura cantando ao vivo minhas canções. Aqui tem uma lista mais completa e dá pra ouvir cada uma delas, ou deles: http://migre.me/cBZYP

Fiz também música e letra sozinho http://youtu.be/Brv-YdrwxTY, cometi uns poemas que devem entrar num próximo livro ou quem sabe num disco e escrevi alguns artigos que foram publicados em jornais e revistas por aí afora http://migre.me/cBZZB. Consegui ainda retomar meus estudos de antropologia e provençal e comecei finalmente a fazer um curso sério de fotografia.

Foi também o ano de consolidação da parceria fundamental com a 1porExtenso (www.umporextenso.com), responsável pelo desenvolvimento visual do aplicativo para móbiles, pelo site e pelo design de todos os projetos em que estou envolvido ultimamente. Foi ainda o início da parceria com a galera ponta-firme da Laboratório Filmes (www.laboratoriofilmes.com), que produziu vídeos do meu trabalho musical como esse aqui: http://youtu.be/MGYsiX-3qlY e também registrou parte da expedição. Ainda tem muito mais coisa por vir!

Mas o que mais me deu prazer nos últimos meses foi uma viagem que vinha planejando há muito tempo http://migre.me/cC00L. Minha idéia era entrar dentro de um livro, o “Grande Sertão: Veredas”, esse monumento da cultura brasileira, e trazer de lá o visto, o ouvido e o vivido http://migre.me/cC027. Percorri de bicicleta estradas e veredas do norte e noroeste de Minas no rastro de Riobaldo Tatarana por quase dois meses http://migre.me/cC03B . No final o odômetro marcava 1680 Km de asfalto, terra, poeira, encontros, arregos e maravilhamentos. Esse projeto, o “Cavalo Motor no Grande Sertão”, que foi realizado através de uma campanha de colaboração coletiva http://migre.me/cC04V vem gerando desdobramentos inusitados e em 2013, além do disco e do livro já estão se desenhando muitas outras novidades que vou anunciar em breve.

Aqui em Minas participei também de alguns projetos bacanas como o “Palavra Som” que aconteceu na Praça Floriano Peixoto: www.videospalavrasom.tumblr.com e o “Cantautores” no Teatro Espanca: http://youtu.be/fWwuIz70Y5w. Outro encontro imprescindível foi esse aqui: http://youtu.be/n3L4ro1NbRE  no “Caso Você Queira Saber”. O mais divertido contudo foi o show que fiz com Kristoff Silva e Juliana Perdigão cantando as músicas do Renato Negrão. Esse show teve participação do próprio homenageado e da cantora Maísa Moura. Além disso esse ano completaram-se 10 anos do Reciclo Geral: http://migre.me/cC05G, a estréia de toda uma geração que hoje atua na cena.

Num contexto mais geral, aqui em Minas o maior avanço no setor cultural foi a criação do Conselho Estadual de Cultura: http://migre.me/cC06w. Nesse caso não tive escolha e fui eleito representante do setor musical. Vamos lá para mais essa batalha! No MinC, além da troca de cadeiras, com a senadora Marta Suplicy substituindo finalmente a desastrosa Ana de Holanda, tivemos a aprovação do Sistema Nacional de Cultura e a renovação dos Colegiados Setoriais do Ministério da Cultura com a retomada da agenda política da gestão Gil e Juca.

Esta semana mais um avanço importante, a aprovação do Vale Cultura que vai conceder R$ 50,00 por mês aos trabalhadores brasileiros com carteira assinada que recebem até cinco salários mínimos http://migre.me/cC09b. O projeto ainda precisa ser regulamentado, necessita de ajustes e deve começar a ser pago somente a partir de julho. Mas vai causar um impacto que a maioria dos artistas e produtores ainda não se deu conta.

Enfim, 2013 promete. Na tradição iorubana dizem que vai ser o Ano de Ogum, o orixá da Guerra. Vamos pra cima!

Postado em 02/01/2013 Blog!

Compartilhe

Sobre o autor

Makely Ka (Valença do Piauí, 1975) é um poeta cantor, instrumentista, produtor cultural e compositor brasileiro. Makely é poeta, compositor e agitador cultural. Atuando em diversas áreas como a música, a poesia e o vídeo. Incorpora à sua produção artística um componente crítico e reflexivo. Autodidata, desenvolveu uma poética musical própria, amalgamando elementos da trova e do aboio de herança ibérica às novas linguagens sonoras urbanas como o rap, do despojamento da poesia marginal ao rigor formal da poesia concreta.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Back to Top