Texto do Encarte
s. f. || (mec.) espécie de roda hidráulica que dá um movimento de rotação à corrente de água no sentido em que se quer. || (Bot.) Gênero de rubiáceas. || -, pl. (mitol.) cada uma das cinquenta irmãs condenadas a encher um tonel sem fundo. || (Zool.) Família de insetos lepidópteros diurnos. || Tonel das danaides 1. (Fig.) saco roto, poço sem fundo, trabalho perdido, coisa a que se não vê fim (alusão mitológica). F. lat. Danais.
Fonte: Dicionário Caldas Aulete
Rodador (Roda da Vida)
Aldebarã
Astronauta Neandertal
Oferenda
Monotonia Gris
Surya
Santeria
Solaris
Jacarta
Cantango
O Ogro
Moira
O Velho
Rodador (A Diva da Dor)
Ficha Técnica
Direção Musical: Renato Villaça e Makely Ka
Direção Artística: Makely e Maísa Moura
Projeto Gráfico: Makely
Fotografia e arte gráfica: Gisele Moura
Gravado entre dezembro de 2003 e outubro de 2005 nos Estúdios Porão (BH) por Felipe Lisciel, Micro Audio (BH) por Antônio Amaral, Estúdio Engenho (BH) por André Cabelo e Zabumba (SP) por André Magalhães (voz da Suzana).
Mixado por André Cabelo, Makely, Maísa e Renato Villaça.
Masterizado por André Cabelo
Glossário
Aldebarã
Aldebarã: estrela de primeira grandeza, de luz um pouco avermelhada, chamada também olho do touro, na constelação de Touro.
Supernova: estágio final de estrelas que explodem, ejetando de si toda a atmosfera e a crosta superficial. Seus dejetos, arremessados no espaço, formam nebulosas e eventualmente constituem futuros astros e sistemas solares. O brilho de sua explosão é cerca de 100 milhões de vezes o brilho normal.
Anã: pequena estrela cujo diâmetro é de cerca de 10 mil quilômetros (anã-branca, anã-marrom, anã-negra)
Pã: Deus dos pastores e dos rebanhos, originário da Arcádia (região montanhosa no Peloponeso, Grécia Antiga), era representado metade homem, metade bode, com o corpo todo revestido de pêlos e com dois chifres. Amava as fontes e a sombra dos bosques e, sobretudo, a companhia das ninfas. Era uma das grandes divindades da Natureza, identificado com o Grande Todo. Seus atributos ordinários eram uma flauta de caniço, o cajado de pastor, a coroa de ramos de pinheiro, ou um galho de pinheiro na mão.
Titã: 1. cada um dos gigantes que, segundo a mitologia, pretenderam escalar o Céu e destronar Júpiter. 2. Pessoa que tem caráter de grandeza gigantesca, física, intelectual e moral. * os titãs eram filhos de Géia e de seu filho Urano, fazendo parte da primeira geração divina.
Astronauta Neandertal
Vestal: marco, monólito, construção fortificada; tropa de elite do exército.
Nerval: besouro que tem uma presa; pequeno escaravelho.
Zen: forma de budismo surgida na China e desenvolvida sobretudo no Japão a partir do século VI, e que se vem difundindo no Ocidente, caracterizada por valorizar a contemplação intuitiva (em oposição à meditação racional abstrata) suscitada pelo amor à natureza e à vida, o qual se exercita pela prática de toda espécie de trabalhos manuais e leva ao desenvolvimento da personalidade mediante o conhecimento próprio.
Tao: ‘o caminho do meio’ ( do Tao te C’hing, livro escrito por um sábio a partir de uma revelação).
Neandertal: região do Reno, na Alemanha, onde foi encontrado em 1856, numa gruta, um crânio humano conhecido como crânio de Neandertal, que pertenceria a uma das mais antigas espécies humanas.
Surya
Cunhã: menina, mulher. (do tupi cu : língua, nhã: que corre, ligeira, linguaruda, e, por ironia, mulher).
Loa: cantiga; prólogo ou introdução das composições dramáticas destinado a captar a atenção dos espectadores. Versos em louvor aos santos; versos cantados para anunciarem ao povo a representação de um auto; parlenda.
Elã: inspiração; arrebatamento súbito, impulso; entusiasmo, disposição.
Marrã: ovelha nova (que acabou de deixar de mamar)
Eia!: (interj.) para animar: Eia! Avante. Também indica admiração, espanto.
Altear: elevar, tornar mais excelente, mais sublime, mais forte. ‘alteia seu clã’.
Muiraquitã: artefato talhado em nefrita, de formas várias, que se tem encontrado no Baixo Amazonas, ao qual se atribuem virtudes de amuleto.Também lhe chamam pedra-verde ou pedra-verde-das-amazonas.
Afã: vontade, ânsia, entusiasmo.
Maracanã: ave psitacídea (tipo maritaca, papagaio)
Canuanã: pequena localidade próxima da aldeia dos índios Javaés, próxima da Ilha do Bananal no estado do Tocantins.
Nanã: a mais velha das Mãe d’água. Senhora dos pântanos e águas paradas. Orixá que tem afinidade com as crianças. Foi Nanã quem forneceu a lama à Oxalá para a modelagem do homem. (mitologia iorubá)
Peã: na Antigüidade Clássica, hino de gratidão em honra a Apolo (deus do sol).
Surya: (nome próprio) deus do sol em sânscrito.
Santeria
Santeria: o ‘candomblé’ dos cubanos.
Orishás: orixás em Cuba. Deuses do panteão iorubá; divindades intermediárias entre os homens e a divindade suprema.
Babalaô: sacerdote de Orunmilá; sacerdote do oráculo; adivinho.
Cabedal: acumulação de coisas de valor; bens intelectuais e morais adquiridos pelo estudo, educação ou experiência; aquilo que é objeto de comércio.
Litania: ladainha, súplica, oração.
Madre de Andaluzia: santa de origem hispânica, cultuada em vários países da América espanhola.
Picabia: pintor e escritor francês (1879-1953), de pai cubano e mãe francesa. Bem aceito tanto na alta sociedade como entre os artistas de vanguarda, foi aclamado como pintor de tendência impressionista antes de extrair do Cubismo uma versão abstrata e dinâmica e de participar, em Nova Iorque, dos primeiros momentos do Dadaísmo, movimento do qual sua revista 391 (1917-1924) seria um dos sustentáculos.
Carybé: pintor argentino naturalizado brasileiro, radicado em Salvador desde 1950, contribuiu para a renovação das artes plásticas baianas. De expressão figurativa, com uma estilização gráfica que por vezes se aproxima da abstração, fixou cenas da cultura popular baiana. Criou diversos murais e dedicou-se à ilustração de obras de Jorge Amado e Pierre Verger, entre outros.
Simonia: tráfico de coisas sagradas ou espirituais, tais como sacramentos, dignidades, benefícios eclesiásticos; venda ilícita de coisas sagradas.
Mojubá: prece liminar de todos os ritos de santeria.
Dilogun: jogo de búzios
Banto / Yorubano: os povos africanos trazidos para o Brasil ao longo de quatro séculos consecutivos, procediam de duas regiões subsaarianas: o domínio banto, que compreende toda a extensão abaixo da linha do Equador e a África Ocidental, que vai do Senegal à Nigéria. O povo banto fala uma variedade de línguas que remontam a um tronco lingüístico comum (banto ou proto-banto). Entre os oeste-africanos destacam-se no Brasil os iorubanos (ou iorubas) da família de língua Kwa. Em alguns candomblés e santerias são cantadas canções em dialeto banto, misturadas à tradição ioruba, num sincretismo entre tradições que, na África, encontravam-se separadas.
Cambono (ou cambone): auxiliar de umbanda na invocação dos espíritos e na direção das cerimônias de macumba.
Quilombola: escravo ou escrava outrora refugiados em quilombos.
Orunmilá: orixá do oráculo. Importantíssimo em Cuba, onde é chamado Orula, está praticamente esquecido no Brasil, exceto em alguns xangôs tradicionais de Pernambuco e em candomblés africanizados, em que seu culto vem sendo recuperado.
Ifá: outro nome para Orunmilá; também os apetrechos do babalaô e o próprio oráculo.
Exu: orixá mensageiro, dono das encruzilhadas e guardião da porta de entrada da casa; sempre o primeiro a ser homenageado.
Bará: outro nome para Exu; é o nome de Exu no batuque gaúcho.
Elegbá: outro nome para Exu
Eleguá: nome pelo qual Exu é conhecido em Cuba, onde o termo Exu é reservado às qualidades maléficas do orixá.
Jacarta
Jacarta: capital da Indonésia. (na canção, trocadilho de corta-jaca)
Chiquinha: Chiquinha Gonzaga, compositora e pianista popular brasileira (1847-1935). Lutando contra os preconceitos, conseguiu finalmente em 1885 musicar uma opereta de costumes, A Corte na Roça, da qual ficaria famoso o cateretê Menina Faceira. A relação de suas obras é vasta, incluindo 87 partituras de peças teatrais e cerca de 2 mil composições. Participou da campanha abolicionista, dedicando a renda da venda de suas músicas e associações em prol da abolição da escravatura; também lutou pela implantação da República. Em 1899, procurada por uma comissão do Cordão de Ouro, escreveu Ô abre alas. Musicou vários libretos para peças portuguesas. Seu último trabalho teatral data de 1933.
Pixinguinha: instrumentista, compositor e arranjador brasileiro. Neto de africanos, filho de flautista respeitado, nasceu e criou-se na Cidade Nova, bairro do Rio de Janeiro que então concentrava a maior parte da população negra. Formou importantes conjuntos musicais. Os Oito Batutas (que em 1919 atraiu a atenção da elite musical para os instrumentos afro-brasileiros, até então só conhecidos entre a população negra). Realizou diversos arranjos gravados por cantores como Mário Reis, Francisco Alves e Carmem Miranda. Adaptando para a técnica dos instrumentos europeus a variedade rítmica produzida por frigideiras, cuícas, tamborins e agogôs, Pixinguinha marcou o começo e o fim de uma época: a da formação de uma linguagem tipicamente brasileira. Seus choros e valsas mais famosos – Carinhoso, Lamento, O Urubu e o Gavião, Um a Zero –demonstram um domínio técnico e um dom de improvisação que fazem dele uma das figuras mais importantes da música popular brasileira.
Corta-jaca: nome de um famoso choro de Chiquinha Gonzaga. (Também é uma espécie de dança com sapateado que esteve em voga nos fins do século XIX).
Sumatra: país da Oceania.
Moira
Moira: destino em grego. Personificação do destino de cada um, a moira encarna uma lei que nem mesmo os deuses podem transgredir. São três as moiras: Átropo, Cloto e Láquesis, que regulam a duração da vida de cada um, por meio de um fio que uma fia, outra enrola, e a última corta. Essas três fiandeiras do destino são filhas de Zeus e de Têmis e irmãs das Horas. Também se diz que são filhas da Noite, pertencendo, portanto, à primeira geração divina, a das forças elementares do mundo.
Cavalo de Tróia: é um artifício criado por Ulisses para invadir Tróia. Os gregos construíram um enorme cavalo de madeira e presentearam os troianos como reconhecimento à sua bravura e invencibilidade. Dentro do cavalo, entretanto, estavam escondidos os principais guerreiros gregos. Daí a expressão ‘presente de grego’.
Medéia: filha do rei da Cólquida, Eteu, neta de Hélio, o sol e sobrinha da mágica Circe. Mulher de Jasão, mata os próprios filhos para castigar o marido pela traição. Depois ateia fogo no próprio corpo.
Périplo: caminho
Ítaca: terra de Ulisses (costa ocidental da Grécia). É uma das cidades gregas que se oferece para enviar tropas para a campanha contra Tróia. Ulisses, rei de Ítaca, parte para a guerra no comando de seus homens sem saber que vai se ausentar por 20 anos (10 na guerra e 10 na longa viagem de retorno) do trono e de Penélope, sua esposa.
Ícaro: filho de Dédalo que sonha voar como os pássaros. Seu pai constrói-lhe asas, mas elas eram coladas com cera e se derretem quando ele se aproxima do sol. Ícaro se precipita no mar e morre afogado.
Dédalo: inventor famoso por ter construído o labirinto do minotauro. Pai de Ícaro.
O Velho
Sesmaria: terra inculta ou abandonada que os reis de Portugal concediam aos cultivadores ou sesmeiros. “Todos os homens de cor forros, que não tiverem ofício ou modo certo de vida, receberão do Estado uma pequena sesmaria de terra para cultivarem” (José Bonifácio in Afrânio Peixoto, Antologia de J. Bonifácio).
Contraventor: que procede contra as disposições da lei, de uma ordem ou das cláusulas de um contrato; infrator.
Comendador: dignitário de ordem militar ou honorífica a quem foi conferida a comenda – (benefício rendoso concedido a eclesiásticos ou a cavaleiros das ordens militares; terra que se concedia como recompensa de serviços, com obrigações de defesa e proteção contra os inimigos e malfeitores).
Obs: foto da capa: foto inspirada nas Danaides de Rodin (escultor francês 1840-1917)
Fontes:
Dicionário Caldas Aulete
Dicionário Aurélio
Dicionário da Mitologia Grega (Ruth Guimarães, ed. Cultrix).
Vocabulário Tupi-guarani / Português (Silveira Bueno, Éfeta Editora).
Mitologia dos Orixás (Reginaldo Prandi, Companhia das Letras).
Manual do Astrônomo (Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Jorge Zahar Editor).
Enciclopédia Larousse Cultural
A língua Mina-Jeje no Brasil (Yeda Pessoa de Castro, fundação João Pinheiro).
Comentários fechados