Barça de Brossa
Capital cultural da Europa, a principal província da Catalunha é bela e iluminada pelo sol do Mediterrâneo. Impressiona o apuro estético-visual dos catalães, da arquitetura de Gaudí às construções medievais do bairro gótico, mas até os anúncios comerciais deixariam orgulhoso um Décio Pignatari. Brossa é onipresente em Barcelona.
É uma região autônoma, o que não significa independente, mas não é difícil encontrar ali quem defenda a idéia de que a Catalunha é uma nação apartada da Espanha. O catalão, uma língua irmã do português – mas de compreensão muito mais difícil para nós que o galego por exemplo – é falado pela maior parte da população. O que percebi é que muitas vezes, mesmo falando castelhano para facilitar a comunicação, eles necessariamente estão pensando em catalão a ponto de, durante uma conversa, se ouvir várias vezes a expressão: “como é que se diz isso mesmo em castelhano?”
Chegando a Barcelona fui ao escritório da Tangará, a principal distribuidora de música brasileira na Espanha. Quem me indicou foi meu parceiro Leo Minax, um cantautor mineiro que mora há muitos anos em Madrid. Conheci o diretor, o cordial Alfredo Lorenzo e fiquei surpreso com o conhecimento e o interesse que ele demonstrou pela a música feita aqui. Me comprou vários discos e encomendou outros tantos. O canal está aberto!
Conheci também o Robério, um brasileiro que organiza em Barcelona uma dos principais festivais de arte e cultura brasileira na Europa, o Brasilnoar. Fiquei de indicar alguns grupos de Minas e até de ver a possibilidade de fazer em BH uma prévia seletiva para a edição do próximo ano. Quem se interessar entre em contato.
Lisboa de Amália
Lisboa onde os táxis são Mercedes tudo soa estranhamente familiar. É como visitar a casa de avós distantes, a que não vamos desde a infância. Você se sente em casa, tem a sensação de que as coisas mudaram um pouco, a disposição do móveis, mas continua tudo lá. Lisboa lembra um pouco o centro do Rio, São Luís do Maranhão, a cidade alta de Salvador, Ouro Preto, o bairro de Recife Antigo. Não sei se a culpa foi o vinho do Porto, mas algumas vezes tive mais dificuldade em entender o português corriqueiro de Lisboa do que o castelhano nas ruas da Espanha.
Fiquei na casa de um escritor e letrista português chamado Tiago Torres da Silva. Conheci no MySpace. Tiago está para a música portuguesa mais ou menos como Paulo César Pinheiro para a música brasileira. Além da produção caudalosa – tem mais de trezentas canções gravadas por portugueses e brasileiros, fora as peças de teatro e artigos que assina periodicamente nos jornais lisboetas – faz a ligação entre as nova e a velha geração do fado. Me levou a algumas das principais casas de fado da cidade, onde conheci e ouvi cantar entidades como Maria da Fé – aquela que Caetano cita na letra de Língua, “Arrigo Barnabé e Maria da Fé” – e a cigana Cidália, além de gente da nova geração como Antônio Zambujo e Ana Moura.
Mas sobretudo Lisboa respira Amália Rodrigues. Por incrível que pareça foi minha maior descoberta em Portugal. Trouxe tudo o que encontrei. Virei fã incondicional. É algo que ainda não entendi completamente, mas o fado calou fundo na minha sensibilidade de herança ibérica e Amália é a expressão máxima do sentimento lusófono contemporâneo. Conheci pessoas que conviveram com ela – o próprio Tiago inclusive – ouvi casos, declarações, curiosidades. Parece que todos ali passaram por alguma situação envolvendo Amália. A quem se interessar eu posso fazer cópia do material que trouxe.
Claro, também estive com produtores, agentes, organizadores de festivais, programadores de salas de concerto, etc. E comi bacalhau todos os dias. São os ossos do ofício!
bienvenido, patrício!
baita abraço meu.
mano, evoé, evoé, paz e bem.
depois, quando puder, dá uma passadinha lá na minha caxanga, que tem uma ‘convocação’ pra você na postagem de nome “essa eu não quebro”, que é uma ‘corrente’ para a promoção da leitura e da literatura.
quanto aos pequenos em casa, conforme me sugeriu, mano, por ora, só mesmo a sobrinha, que eu não tô conseguindo criar direito nem da criança primeira, ou seja, eu…
valeu pela atenção de pegar os contatos. tô no aguardo.
baita abraço meu
e aí Makely Ka,
bacana seu diário de bordo. O negócio tá melhorando, se antes passava pelo interior de Minas, agora já navega o Mediterrâneo. Saudades…
André
Por acaso não esqueceu nenhuma bagagem em Lisboa?
Makely, que exagero!!!!
Paulo César Pinheiro é deus!
eu sou apenas o Tiago, mais nada! sem comparaçoes… e foi um prazerzaço conhecer-te! espero muitos encontros na vida!
grande abraço
tiago torres da silva
Linda foto, pá! Saudações!