A espectativa é firmar um convênio de intercâmbio cultural, com idas e vindas de artistas, produtores, técnicos e afins. Troca de informação, tecnologia e conhecimento. A primeira ação proposta é fazermos aqui em Minas uma Semana da Galícia e eles fazerem algo semelhante por lá. Isso tudo ainda no primeiro semestre do ano que vendrá!
O curioso é que a língua oficial deles, o galego, é a língua-tronco que deu origem ao nosso português. As relações com o Brasil não param por aí: desde o período colonial milhares de galegos aportaram no país, a ponto de se confundirem com os brasileiros. A imigração se intensificou durante o franquismo, período em que as culturas locais – assim como a catalã e a basca – sofreram uma grande repressão em nome da unificação da Espanha. Durante algumas décadas o galego ficou recluso aos interiores, escondido, clandestino em sua própria terra. A valorização da cultura galega passa portanto por um esforço em reestabelecer os vínculos afetivos com os países lusófonos, entre os quais o Brasil se destaca pela sua grande capacidade de acolhimento.
A maioria conhece a Galícia porque a região, além da gastronomia e da história secular, tornou-se um roteiro turístico que atrai todos os anos milhões de viajantes do mundo todo devido ao Caminho de Santiago de Compostela. Curiosamente, o roteiro turístico-religioso tornou-se mundialmente conhecido também em função do livro de um brasileiro, o “mago” Paulo Coelho. Não é segredo pra ninguém que a nossa Estrada Real foi inspirada no Caminho de Santiago. O que não aconteceu ainda é um mago para realizar o milagre da multiplicação dos turistas que pagam em Euro. Não prometemos nenhum milagre, mas, se o pessoal do turismo se ligar, pode rolar uma parceria estratégica aí. Isso dá pra fazer! Será?
Mas a música – que afinal é o que nos interessa aqui agora – é um dos elementos mais importante na identificação e valorização da identidade galega. Com influências da música celta e traços ibéricos, há vários pontos em comum com a música mineira, como certo caráter contemplativo, introspectivo, e a capacidade de comunicação universal. Além disso o galego é considerado um povo festeiro, e a prova disso são as centenas de festivais de arte e cultura que se espalham pelo território galego durante todo o ano.
Bora lá?
Genial!
Boa sorte lá.
E, se vir por lá um grupo chamado Luar na Lumbre, ouça com carinho. É um dos grupos de música étnica (que droga de termo) de que mais gosto.
Abraço.
Não resisto à rima, ainda que pobre: que delícia! Aproveite bastante! Abraço!