venham ver as velósias
velhas viúvas vivas
seu vinho vegetal valioso
vai varrer o vírus que vela a vulva
vinga as vidas vencidas
voga a vulga venenosa
vira e volta vem-vinda
vagarosamente velozes
e as voluptosas virgens vivazes
vicejem seus vícios e suas virtudes
Na Serra do Cipó, um Parque Nacional que fica a cerca de 100 km de Belo Horizonte, brotam das pedras as intrigantes e belas Velósias Gigantes. Com seis metros de altura, são consideradas fósseis vivos, já que crescem cerca de um metro a cada 100 anos. Mas é uma outra espécie de Velósia, a vellazia nanazue, endêmica da Serra, que possui uma característica ainda mais impressionante: segundo pesquisadores a planta tem a maior concentração de uma substância capaz de derrotar o HIV. As pesquisas ainda estão em andamento, mas são promissoras. A variedade de plantas da Serra do Cipó é realmente surpreendente: são mais de 1.800 espécies catalogadas. A maioria delas enfrenta 300 dias de sol por ano e temperaturas que chegam a 60º C.
Há uns 10 anos atrás, passando pela Serra a caminho de Milho Verde, dormi numa pousada onde conheci um gringo. Apesar do meu inglês sofrível, tornei-me seu intérprete na missão de encontrar um senhor que morava próximo da localidade conhecida como Chapéu do Sol, para conseguir uma espécie de planta chamada Caju do Mato. Ele estava interessado na raiz da planta, que desenterramos com pás e enxadas, para manipular lá fora um remédio contra o câncer que atacava uma amiga. Veio ao Brasil exclusivamente para isso. Depois da empreitada não tive mais notícias do gringo nem de sua amiga. Mas não duvido que ela tenha se curado do câncer graças às propriedades da raiz do tal caju do mato.