Morreu esta semana aqui em Belo Horizonte, aos 100 anos, o último remanescente do bando que acompanhava Lampião. Conhecido como Moreno e casado com Durvinha, falecida em 2008, eles escaparam da emboscada da volante alagoana que vitimou os companheiros em Angicos, no interior de Sergipe em 1938. O casal vivia incógnito em Belo Horizonte desde os anos 60.
Desde pequeno o tema sempre me fascinou. Li muita coisa e dentre a vasta bibliografia disponível, cito dois livros curiosos sobre o cangaço.
“Cangaceiros” da historiadora francesa Élise Jasmin editado pela Terceiro Nome, contendo vasto material iconográfico, incluindo todas as fotos do libanês Benjamin Abrahão, que filmou e fotografou o bando de Lampião e foi certamente um dos responsáveis pela consolidação dos cangaceiros no imaginário popular.
“Caatinga” do roteirista e desenhista belga Hermann, em formato de quadrinho e publicado pela editora Globo, com um impressionante retrato do ambiente social, político e geográfico onde surgiu e se desenrolou o cangaço.
Os dois olhares estrangeiros atestam a universalidade do mito e o impacto que ainda provoca nos dias de hoje.