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Ailton Magioli
Um das revelações do coletivo Reciclo Geral, Kristoff Silva lança seu primeiro disco solo. Domingo, ele vai apresentar ao público o novo repertório, ao vivo, no Museu da Pampulha
Kristoff Silva tem formação em violão clássico, mas fez opção pela canção popular
Reservar 47 minutos para ouvir Em pé no porto integralmente, do início ao fim. A recomendação é do músico Kristoff Silva, que lança domingo, em show no Museu de Arte da Pampulha, seu primeiro disco solo. “Existe a música das músicas”, justifica o artista, um dos protagonistas da renovação da produção musical de Minas. Aos 34 anos, o cantor, compositor e instrumentista é um dos participantes do coletivo Reciclo Geral, que, em 2003, resultou no disco A outra cidade, no qual estavam, entre outros, Erika Machado, Vitor Santanna, Sérgio Pererê e Makely Ka – este último, o parceiro mais constante de Kristoff.
Quem ligou a TV no início da noite de domingo, para assistir à festa de encerramento do Jogos Pan-Americanos, se surpreendeu com a presença do jovem artista mineiro em cena. Violão em punho, Kristoff Silva era um dos solistas do evento, cuja música-tema – Mestiçada – é de autoria do paulistano José Miguel Wisnik. O convite para participar do show, que contou com Danilo e a filha Alice Caymmi, além de Elza Soares, Celso Sim, Lenine, Fernanda Abreu, Sacopemba e Marcelo Pretto, surgiu em plena ponte aérea Rio-São Paulo, quando Kristoff encontrou Wisnik.
CATALISADOR
Músico assumidamente compromissado com a evolução da canção, Kristoff Silva diz que o formato é catalisador da sua musicalidade. “Na canção eu me descobri e descobri a identidade brasileira em mim”, afirma, orgulhoso, o artista, cuja infância foi vivida entre o cancioneiro popular brasileiro e a música erudita. “Cheguei a cursar bacharelado em violão na UFMG mas, terminado o curso, já estava completamente envolvido na produção de canções”, revela Kristoff.
Nascido nos Estados Unidos e criado em Belo Horizonte, ele teve a sua produção musical gravada pela primeira vez pela cantora Alda Rezende. Como dirigiu a produção do disco da intérprete, ao ouvir Antes, Movediça e Samba do desenredo na voz de Alda, acabou se realizando com algo que imaginou fazer. “Ali eu começava a me comunicar com o mundo. Foi um presente do destino”, reconhece. A surpresa, no entanto, veio quando Anthonio gravou Astronauta ancestral. “Era uma produção carioca, feita em um universo completamente diferente do meu”, justifica.
Praticamente único artista de sua geração a tirar as músicas do Rumo no violão, na década de 1980, em Belo Horizonte, Kristoff Silva retribui a admiração ao trabalho do grupo convidando Luiz Tatit e Ná Ozetti para participarem de seu primeiro disco. “Com sua música, Tatit sublinha a necessidade de compatibilidade entre o que se canta e a maneira mais natural de se dizer aquele conteúdo”, justifica. Na opinião de Kristoff, o músico paulistano cria para ele um desafio: “Como satisfazer o meu desejo musical sem perder a relação com a entonação natural da fala?”.
Com repertório de 12 canções – à exceção de A chamar, da parceria com Tatit, que, em uma primeira versão, teve outra letra e se chamava Mulher do norte, gravada por Elisa Paraíso – todas são inéditas. Sobre a canção As sílabas, de Tatit, ele escreveu uma envolvente letra convidando à parceria o músico paulista. O resultado do convite se deu em O prazer, uma segunda parceria dos dois.
Com Makely Ka, o músico mineiro fez cinco das 12 canções. O destaque fica com São, em que relata a relação de carinho e cumplicidade com São Paulo e seus artistas. O também paulistano Marcelo Pretto, do grupo Barbatuques, e a mineira Jussara Silveira também são convidados da estréia fonográfica solo de Kristoff Silva, um dos vencedores do Prêmio Visa 2006, edição compositores.
A relação de cumplicidade com a jovem banda – cujo núcleo é formado por Antônio Loureiro (bateria, percussão, vibrafone, vocais e programação eletrônica), Pedro Santana (contrabaixo acústico e elétrico e vocais) e Rafael Martini (piano, acordeom, viola e vocais) – faz de Em pé no porto um disco de grupo, na opinião do próprio Kristoff. “A nossa relação é tão forte que seria suficiente para dar nome ao grupo”, conclui, feliz. O projeto gráfico do disco, de Pedro Miranda e Viviane Gandra, é um show à parte.
Serviço:
Lançamento do CD “Em Pé no Porto” de Kristoff Silva
Participação Especial de Ná Ozzetti
Dia 05 de agosto – domingo às 11h30
Museu de Arte da Pampulha – BH
Informações: (31) 3277-7996
Entrada Franca
legal… só esta foto do Kris que tá paia! Completamente Vanessa da Mata! Isso é foto de divulgação? Tomara que ele use a capa do disco para isto, porque esta foto gay tá meio foda…
Makely, tem como me ajudar a colocar música no meu blog? É que esqueci o processo….
Beijos