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Jornal O Globo


Três compositores radicados em Belo Horizonte se juntam para shows no Rio

Eles vivem e desenvolvem seus trabalhos em Belo Horizonte e chegam ao Rio – para shows, na segunda-feira, no Centro Cultural Carioca, e terça-feira, no Cinematheque, ambos às 21h, contando com as participações de Edu Krieger e da cantora espanhola Ugia Pedreira – como representantes da nova música de Minas Gerais. No entanto, desses três cantores e compositores, apenas Pedro Morais é realmente mineiro, do Vale do Jequitinhonha, enquanto Makely Ka nasceu no Piauí e Kiko Klaus, em Pernambuco. Mas, independentemente do grau de mineirice presente (ou não) em suas certidões e produções artísticas, seus discos oferecem pessoais contribuições ao pop brasileiro contemporâneo.

Também poeta, e que tem seu conterrâneo Torquato Neto como principal referência estética, Makely Ka lançou em 2008 o inquietante CD “Autófogo” – nele, através de um filtro neotropicalista, embala sua poesia com uma mistura de ritmos nordestinos e roupagem pop e eletrônica.

O que nos une é uma concepção harmônica característica da produção mineira – diz Ka. – O que nos separa talvez seja a nossa atuação fora do palco. Nas horas vagas, Pedro faz fotos, Kiko opera mesas de som, e eu participo de reuniões intermináveis…

Pedro Morais, que estreou em 2006 num ótimo CD homônimo – que co-produziu com Luiz Brasil e Flávio Henrique – e, no momento, prepara novo disco, agora em produção de Chico Neves, transita sem pudores estéticos entre o rock e o samba. Característica que ele diz ter em comum com seus dois parceiros nessa incursão pelos palcos cariocas.

A inquietação é um dos elos. Nós três somos urbanos, com uma musicalidade que beira o rock, apesar de nem sempre nossos discos deixarem claro essas inlfuências. Temos no palco, a mesma necessidade de valorização da palavra. O que separa? Eu diria que as abordagens sociais, filosóficas e emocionais nas canções são muito diferentes entre si. Algumas mais explícitas, agressivas. Outras subjetivas, mais melancólicas, leves.

Kiko Klaus, que, há três anos, dividiu um CD com o guitarrista colombiano Carlos Jaramillo e, este ano, lançou seu primeiro solo, “O vivido e o inventado”, completa o perfil

O que nos une é a diversidade de influências, a ligação profunda com a palavra, com a poesia, com a canção popular de uma forma livre e sem rótulos. Fazemos sambas sem termos que ser apenas sambistas, rock sem sermos roqueiros, soul sem sermos Motown – diz Klaus, que também aponta as diferenças entre o trabalho de cada um. – O que nos diferencia, não diria que nos separa, é a diversidade de raízes, origens e experiências individuais. Isso, somado às vivências e às buscas estéticas de cada um, transforma-se no resultado particular das nossas criações.

Aproximações e diferenças que já estavam presentes em seus discos e que agora poderão ser conferidas no palco.

Postado em 28/12/2008 Blog!

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Sobre o autor

Makely Ka (Valença do Piauí, 1975) é um poeta cantor, instrumentista, produtor cultural e compositor brasileiro. Makely é poeta, compositor e agitador cultural. Atuando em diversas áreas como a música, a poesia e o vídeo. Incorpora à sua produção artística um componente crítico e reflexivo. Autodidata, desenvolveu uma poética musical própria, amalgamando elementos da trova e do aboio de herança ibérica às novas linguagens sonoras urbanas como o rap, do despojamento da poesia marginal ao rigor formal da poesia concreta.

(1) resposta

  1. srta assis
    03/01/2009 de 15:08 · Responder

    Makely

    Não esquece de atualizar sua agenda, tudo que houver de novo em 2009 de preferencia em Minas me interessa muito.

    Abraços!!!
    Que o ano novo continue cheio de sucesso e novidade!

    E não esquece de contar no blog quais as novidades trouxe da Galícia… Fiquei sabendo que há boas novas de lá!

    bjs

    Pollyanna

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